quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Ainda bem que ouvi Elliot Smith...

Elliott Smith - From a Basement on the Hill (2004)

Elliot Smith é mais um daqueles ícones, merecidamente, que nos deixou cedo demais. Se calhar foi na altura certa. Provavelmente Não. Foi há 10 anos que esta perturbada, embora brilhante mente, e em contornos nunca bem esclarecidos, morreu vítima de duas facadas no peito, aos 34 anos.

Não sei se a dor será fundamental para se atingir uma poética como a de Smith, mas a verdade é que foi um dos mais sensíveis e criativos cantautores desta nova vaga do fim do século XX.

From a Basement on the Hill foi lançado a título póstumo, quase um ano após a sua morte, embora grande parte do trabalho já estivesse completo, tendo sido finalizado pelo antigo produtor e pela ex-namorada de Smith. Devido ao mediatismo inerente, atingiu um fantástico número 19 nos tops norte-americanos, algo que o cantor nunca esperaria atingir, por mais repleto de qualidade que o seu trabalho fosse.

Ao nível da crítica e da receção popular, o álbum também atingiu grandes valores e registos, onde se realçavam as características negras e pesadas das suas letras, mas também uma certa maturidade e inovação no som de Smith.

Ironicamente tornou-se no seu disco mais conseguido, com uma carga de potencial enorme, e definindo o seu estilo. É um disco mais complexo e rico do que os seus trabalhos anteriores, principalmente nas harmonias e nos adornos musicais, com guitarradas mais pesadas, mais influências de várias áreas, mas sempre sem perder a delicada e intensa mensagem das suas palavras.

Mesmo assim, obrigado Elliot Smith.

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