segunda-feira, 17 de julho de 2017

Pelo Tempo: "Mais Cultura. Mais Democracia." (Setembro de 2011)

Mais Cultura. Mais Democracia.

Felizmente ao longo dos últimos anos, principalmente a partir dos anos 90, os governos e a sociedade tem vindo a olhar para a arte e cultura em geral com outros olhos, compreendendo o seu papel e importância para o desenvolvimento socioeconómico das comunidades modernas.

Passou a perceber-se e a aceitar que é uma área com regras próprias, com as suas condutas, as suas especificidades, levando a que as pessoas que nela estão envolvidas se vão tornando especialistas ou conhecedoras dessas suas características.

Existe um número cada vez maior de profissionais da cultura, que se formam, trabalham e aprendem diariamente com atividades que consideramos culturais. Desde os programadores culturais, aos responsáveis pela logística, passando pelos técnicos de som e luz, e aos artistas, evidentemente, representando um extenso grupo profissional, e que muito tem batalhado pelo seu reconhecimento legal.

E um dos aspetos mais importantes em toda a atividade em torno da arte e cultura, por parte dos artistas e restantes agentes, é a sua democratização, ou seja, torná-la acessível a todos, promovendo valores culturais humanistas e críticos.

E é com base na participação popular, da sociedade civil, que essa democratização tem de evoluir, pois se as grandes decisões relacionadas com as políticas culturais centrais são da responsabilidade dos governos (centrais e regionais), é sobre a esfera pública que recai a responsabilidade da iniciativa e criatividade em eventos, momentos e intervenções, com destaque óbvio para as associações culturais e cooperativas.

Quanto mais os eventos e os trabalhos artísticos se aproximarem das pessoas, quanto mais “fácil” for ao público conhecer e compreender os trabalhos apresentados, mais pensaremos e questionaremos os aspetos importantes da vida, originando uma discussão permanente tendo em vista uma melhoria das condições civilizacionais. Assim, quanto mais acesso à cultura, melhor democracia.

Angra do Heroísmo, Setembro de 2011 


Miguel Rosa Costa


terça-feira, 4 de julho de 2017

Pixies - Doolitle - Seminal

Pixies - Doolitle (1989)

Este foi o segundo álbum dos Pixies, em 1989, já pela mítica 4AD. Embora a temática lírica e conceptual seja bastante pesada, abordando desde a violência bíblica, tortura ou surrealismo, o som ganhou uma maturidade e limpidez que tornaram este "punk-rock" bastante audível e passando uma mensagem clara - que pode ter tido a haver com o lançamento internacional do disco, o primeiro fora dos Estados Unidos.

"Here Comes Your Man" e "Monkey Gone to Heaven" são dois clássicos da banda que surgiram neste disco, tendo atingido várias tabelas de tops, sendo que pelo lado da crítica, os temas de referência sejam talvez "Debaser", "Wave of Mutilation" ou mesmo "Hey".

Este é mais um importante disco da história da música de cariz mais alternativo e do rock contemporâneo, servindo de influência a milhares de jovens músicos. Numa votação da NME (New Music Express), foi considerado o 2º melhor álbum de rock de sempre...

Seminal, obrigatório, clássico...