terça-feira, 13 de outubro de 2015

Au Revoir Simone - Move in Spectrums (2013)

Depois de algum tempo sem editar, as Au Revoir Simone regressaram aos estúdios em 2013 para gravarem "Move in Spectrums", pela Moshi Moshi. É sem dúvida o seu trabalho mais sofisticado e completo, com um som que nos preenche todos os segundos do disco.

Este trio de vocalistas / pianistas, que usam quer teclados vintage ou mais contemporâneos, entrelaçam-se brilhantemente, sempre com destaque para as vozes, e sem esquecer a batida tipo 80's...

Das suas vozes vem uma melancolia, que nos amolece a alma, dando origem a estados pensativos e ternos, tornando-se no fim uma experiência enriquecedora.

No entanto, esse peso, nas vozes de Erika Forster, Annie Hart e Heather D'Angelo (formadas em 2003), pode por vezes ser fantasmagórico, embora arejado, leve, e com a plena sensação de que nos estão a transmitir algo muito pessoal.

É um dream pop de coração eletrónico.



quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Na Toca da Catarina...

A Toca do Lobo (2015)


Neste último filme da realizadora portuguesa Catarina Mourão, a própria faz uma visita à sua família, aos segredos que todas as famílias contêm... Com base nuns antigos filmes de 9.5 mm, a realizadora reencontra a mãe e um distante e um praticamente desconhecido avô, o escritor Tomás de Figueiredo.

"Entre o passado e o presente", como diz Catarina, vai tentar dar sentido ao que vai descobrindo, com a ajuda da mãe, praticamente co-protagonista do filme, resolvendo ligações e memórias familiares.

Na sua antiga casa existe um quarto fechado à chave, que vai ser explorado pela câmara da realizadora, dando ainda mais ênfase à verdadeira temática por detrás deste filme: a nossa intimidade.

Teve estreia mundial no Festival Internacional de Roterdão (de grande prestígio internacional), assim como ganhou o Prémio do Público para Melhor Longa no IndieLisboa 2015, e foi selecionada para o Doc's Kingdom 2015.

Foi um dos filmes mais "sensíveis e pessoais" que vi este ano, de uma realizadora que se tem afirmado como uma das mais delicadas do cinema português, sendo de destacar os filmes "Pelas Sombras" (2010), "À Flor da Pele" (2006) ou "A Dama de Chandor" (1998).

Estudou Música, Direito e Cinema (Bristol University), e em 1998 foi uma das fundadoras da APORDOC (Associação pelo Documentário), e começou a dar aulas de Cinema e Documentário em 2000. No mesmo ano, com a realizadora Catarina Alves Costa, funda a Laranja Azul, uma produtora independente de Documentário e Artes Visuais.