quinta-feira, 28 de março de 2013

Bryan Ferry, doce regresso

Bryan Ferry - Olympia (2010)

Novo trabalho do "velho" Bryan Ferry, onde colabora com outros músicos de enorme referência (como Brian Eno ou David Gilmour), ou como Kate Moss na bela capa, inspirada por uma tela de Manet.
O som, esse é Ferry a todo o vapor, naquela melancolia com toques de Leonard Cohen e algumas reminiscências a Roxy Music, mas numa poética e lírica típicas do cantor.

terça-feira, 26 de março de 2013

Criatividade ao lado do ouvido...






"Querido, mudei o orelhão!" 
Excelente iniciativa de arte dinâmica, com movimento e impacto instantâneo no dia-a-dia das pessoas, exactamente o que a arte pública procura. Em São Paulo andaram a "quitar" as emblemáticas cabines telefónicas, e o resultado foi este.


segunda-feira, 25 de março de 2013

O eterno Cosmos

Carl Sagan - Cosmos (1980)

Este foi um livro que me marcou no início da minha vida académica, pois até então Carl Sagan era apenas aquele estranho de calças à boca de sino que tinha um programa de televisão sobre estrelas na RTP-Açores...
A popularidade de Cosmos foi de facto singular, tendo os seus 13 capítulos transformados em ainda mais populares programas de televisão sobre o desenvolvimento da ciência e da civilização, tornando-se o livro sobre ciência mais vendido no mundo de sempre!
Ao explorar a evolução e o desenvolvimento do nosso cosmos, Sagan explora a metodologia científica, com alguns reparos filosóficos e éticos, sobre o verdadeiro papel e importância da ciência, em torno de reflexões sobre antropologia, biologia e astrologia, entre outras.
O legado desta obra, além de ter levado provavelmente muitos milhares a estudarem astronomia e ciências afins, reside na inspiração que a ciência conseguiu imprimir em várias gerações com vista à prossecução de uma carreira científica, seja em que área for.

terça-feira, 19 de março de 2013

Invasões Bárbaras

Invasões Bárbaras (2003)

Estas "invasões" são a sequela de O Declínio do Império Americano, de Denys Arcand, que já tinha sido candidato a melhor filme de língua estrangeira nos Óscares, prémio que viria a ganhar com este filme em 2004, assim como muitos outros prémios, como em Cannes ou Toronto.
O filme baseia-se nos filhos dos personagens originais,  assim como na sua relação com os ideais dos pais, e foca-se na doença terminal de um pai, e da luta do seu filho em tornar-lhe a vida  mais confortável possível para os seus últimos dias.
Um filme inteligente e incomodativo o suficiente.

quinta-feira, 14 de março de 2013

jets to brazil: classe e criatividade

Jets to Brazil - Orange Rhyming Dictionary (1998)

Este foi o álbum de estreia dos aparentemente desaparecidos Jets to Brazil, com o particular aspeto do seu título ser um trocadilho sobre a língua inglesa, pois não existem palavras que rimem com laranja (orange...). 
Com um som suave, por vezes com umas guitarradas rasgadas (à la Nirvana), contém belas músicas com histórias profundas.
Desde 2002 que nunca mais gravaram juntos, tendo os seus membros seguido vários projetos, desde doutoramentos em Língua Inglesa (nota-se...) até a criação de outras bandas (como os Forgetters).
Para mim, este continua a ser o seu melhor trabalho, assim como um disco muito significativo do rock de cariz mais "emocional", vertente muito popular na cena universitária dos anos 90 nos EUA.
Altamente recomendado!

quarta-feira, 13 de março de 2013

Pelo Tempo: "Rica sexta-feira" (2011-11-05)


No passado dia 21 de Outubro, em plena transição de estações, reuniu-se na Carmina Galeria uma curiosa trilogia artística terceirense. Inserido no lançamento do primeiro livro da nova coleção LABJOVEM, da autoria de Rui de Sousa, ocorreu um concerto de João Félix, isto tudo sob o auspício da exposição de escultura de Maria Ana Simões.
E comecemos pelo evento principal da noite, pois para todo o efeito, esta sinergia origina do lançamento do livro “Adeus Amanhã”, do jovem terceirense Rui de Sousa. Que seja o primeiro de muitos.
Trata-se do primeiro livro da agora apresentada Coleção LABJOVEM Literatura, pela Direção Regional da Cultura, em parceria com a Associação Cultural Burra de Milho, onde serão editadas as obras dos autores selecionados do concurso com o mesmo nome, que visa dar a conhecer os jovens criadores da região. Foi também apresentado no sábado seguinte, na galeria Arco 8, em Ponta Delgada, contando com a atuação de Emanuel Paquete, outro selecionado do referido concurso.
Como afirmou o autor, ao tratar-se de uma primeira obra, é claramente autobiográfica. É de facto uma viagem de regresso à ilha, pesando os prós e os contras da nossa dimensão, viajando por questões morais, como o peso que damos à opinião dos outros, polvilhado ocasionalmente com verdadeiras pérolas poéticas, numa narrativa com uma construção moderna.
Em complemento à apresentação do livro, João Félix apresentou 10 canções do seu forte reportório, num íntimo concerto para cerca de 40 pessoas. Sólido e emotivo, as suas palavras tem de facto muito poder, e em inglês – imagine-se como será em português… Encontra-se muito maduro, pronto para efetivar o seu trabalho em estúdio. Espera-se que para breve.
É um trovador, e as referências a Nick Drake e a música dos The Smiths a acabar relembram o seu eclético conhecimento musical. Um concerto melancólico, com temas escritos em fases distintas, mas com uma sequência e ligação bem pensada.
A completar, e de certa maneira, a servir de anfitriã, estava a exposição de escultura “Metamorfose”, de Maria Ana Simões, mais uma jovem artista terceirense. Estudou Escultura na Faculdade de Belas Artes da Universidade Nova de Lisboa, com uma passagem por Itália inserida no programa Erasmus (intercâmbio estudantil), tendo ainda frequentado o mestrado em Ensino de Artes Visuais novamente na Universidade Nova de Lisboa.
Se a formação académica impressiona, mais ainda destaca o valor desta artista os locais por onde já passou, em diversas exposições individuais e coletivas, entre Angra do Heroísmo, Sacavém, Lisboa, Nova Iorque ou Florença.
Pessoalmente, foi a novidade da noite, pois já tinha ouvido falar do seu trabalho, mas não o conhecia “ao vivo”, tendo sido uma boa surpresa, demonstrando um trabalho muito laborioso, com uma intenção bastante clara e específica.
Demonstra acima de tudo experiência, sensibilidade e muito trabalho com os materiais em questão (madeira, pedra e ferro). Realça-se também, como refere a artista, a fragilidade de alguns trabalhos, em busca de respostas emocionalmente distantes.
Após a bem sucedida inauguração no passado dia 15 de outubro, a exposição encontra-se patente até ao próximo dia 27 de novembro. Não deixe os dias passar e vá o mais rapidamente possível.
Para concluir todo este otimismo, pois existe de facto uma incrível geração de jovens artistas na região, é de realçar o trabalho da Carmina Galeria, objeto da dedicação do Dr. Dimas Simas Lopes, assim como da restante equipa da galeria, e ainda o trabalho da Burra de Milho, não deixando adormecer a ideia de que podemos ter uma melhor sociedade com base na fruição e atividade artística.