sexta-feira, 27 de junho de 2014

killer cartoon characters






Pesado mas criativo trabalho de Dan Luvisi, e que não deixa de ser profundo, levantando várias questões (se quisermos...).





quarta-feira, 25 de junho de 2014

Kieslowski x 3

Trois Couleurs Trilogie (1993-94)

Esta trilogia do realizador polaco Krzysztof Kieslowski foi talvez a mais marcante sequência de filmes na década de 90, sendo que além da visibilidade que ganhou, demonstrou a qualidade e criatividade de Kieslowski.

Azul, branco e vermelho são as cores da bandeira francesa, abordando os três filmes os ideais políticos geralmente associados à república francesa: liberdade, igualdade e fraternidade, algo ambíguo e irónico, assim como subjetivo, tratando-se pois de um trabalho artístico - mas a premissa que ressalta do projeto é essa.

Em Azul (Bleu), uma mulher (Juliette Binoche) luta para encontrar uma maneira de viver a sua vida após a morte do seu marido e filha.

Em Branco (Blanc), o segundo da trilogia, seguimos um emigrante polaco em França que busca vingança da sua ex-mulher com vista a recompor a sua vida...

Em Vermelho (Rouge), o filme final, e talvez o meu favorito, estreado apenas dois anos antes da repentina morte do realizador, a temática é a fraternidade, disfarçando-se numa história sobre uma modelo que descobre que o vizinho gosta de se meter em vida alheia...

São três histórias sobre a humanidade, comportamentos e pequenas situações que se tornam globais.

Rica oferta!

segunda-feira, 23 de junho de 2014

Bracara Augusta - Criatividade Pura

Ermo - Vem Por Aqui (2013)

Foi um dos álbuns mais interessantes que ouvi no ano passado, desta dupla de Braga que traz algo de novo ao panorama musical português, sem um género bem definido, viajando entre um pop embalado ao louco e arranhado, tendo mesmo sido considerados os prosseguidores dos Mão Morta - talvez empolado pelo facto de serem originários de Braga.

Muito interessante musicalmente, negro, romântico e atento à atualidade, com laivos de experimentalismo e alguns traços de maturidade, pese embora a jovem idade de ambos (António Costa e Bernardo Barbosa), podendo ser integrados num cenário eletrónico minimalista, mas com uma utilização excelente e poderosa da língua Portuguesa - caso raro em Portugal!

O álbum encontra-se gratuito para download (basta clicar na capa), através da Optimus Discos (agora, Nos Discos...), projeto que tem sido essencial para jovens bandas portuguesas.

O potencial é imenso!


quinta-feira, 19 de junho de 2014

Pelo Tempo: "A propósito de…" (2012-09-26)

… uma coisa, encontrei outra: este artigo torna-se assim num excelente exemplo do tão popular “dois em um”. Então, com vista à celebração do 18º aniversário da Galeria Zé dos Bois, em Lisboa, tem lugar uma residência artística com Thurston Moore (fundador dos Sonic Youth), culminando numa atuação a 4 de Outubro.
A Galeria Zé dos Bois (ZDB) é uma associação cultural sem fins lucrativos, que existe desde 1994, e que se tornou paradigmática na “cena artística contemporânea” de Lisboa e de Portugal. A sua sede é no Palácio Baronesa de Almeida, com cerca de 2500 metros quadrados, em pleno Bairro Alto, um magnífico edifício que se encontrava abandonado em 1994.
Tornou-se ao longo dos anos numa produtiva estrutura de criação, promoção e produção de arte contemporânea, dedicando-se à investigação e pesquisa, principalmente nas artes visuais e performativas, mas também na imagem e na música.
Tem servido também como rampa de lançamento para muitos jovens artistas, assim como espaço educativo e de formação para profissionais das artes. Apresenta mais de 150 projetos artísticos por ano, como residências, formações, teatro, dança, música e exposições. Por lá já passaram muitos nomes, nacionais e internacionais, como os Animal Collective, Dirty Projectors ou Bonnie “Prince” Billy.
Neste mês de Outubro celebram então os seus 18 anos de teimosia e persistência, sempre em prol do desenvolvimento do complexo setor da arte contemporânea e experimental, criando um espaço com programação regular na área.
A segunda parte tem de ser obrigatoriamente pela referência aos míticos Sonic Youth, formados no longínquo ano de 1981 em Nova Iorque, e que marcaram decididamente a cena pós-punk, tornando-se uns verdadeiros ícones da música e cultura alternativa
Além de Thurson, o destaque na banda vai também para Lee Ranaldo (estudante de arte na altura), tendo atingido um sucesso inesperado nos anos 80, ao lado dos R.E.M. e Hüsker Dü, e inspirados pelos Velvet Underground e pelos Stooges, redefiniram o rock “barulhento” da época.
De destacar os álbuns Daydream Nation, referência ainda hoje em dia para todo o mundo “indie”, Dirty e Sonic Nurse, como um pequeno exemplo do grande legado que os Sonic Youth deixaram à música do século XXI.


quarta-feira, 18 de junho de 2014

"Os Artistas do Dia" | Baselitz vs Kusama

George Baselitz







Yayoi Kusama





Esteticamente sem relação nenhuma aparente (até que algum crítico descubra algo de novo...), estes são os meus artistas do dia, pois ao ler sobre George Baselitz deparei-me com umas polémicas declarações relativas ao facto de, para ele, as mulheres assumidamente são piores pintoras e artistas em geral do que os homens...
Só mesmo um artista para dizer algo como isto: rapidamente refutado, obviamente, principalmente por mulheres do ramo, como críticas ou professoras de arte, assim como algumas artistas, muitas referindo Yayoi Kusama, a segunda artista do dia, por ser uma das artistas femininas que mais vende em todo o mundo - aliás, vende mais do que o próprio Baselitz. Tudo dito, tudo relativizado.

Mas gosto dos dois.

terça-feira, 17 de junho de 2014

Da Série "Obrigado RTP": Hiroshima Mon Amour

Hiroshima Mon Amour (1959)

Clássico filme franco-japonês do mítico Alain Resnais, num argumento de Marguerite Duras. É uma história simples: aborda um relacionamento entre uma mulher francesa e um arquiteto japonês.
Ela deslocou-se ao Japão com o intuito de fazer um filme sobre a paz, mas o que a encontrou fui um tumultuoso amor.
Uma das primeiras referências do cinema da Nouvelle Vague, com uma abordagem inovadora aos flashbacks, com vista a densificar a memória, a psicologia, o comportamento e os traumas que afligem os personagens.

Intensamente clássico!

segunda-feira, 16 de junho de 2014

Uma coisa daquelas mesmo boas: "Antics", dos Interpol

​Interpol - Antics (2004)

Este é o segundo álbum dos Interpol, na sequência do brilhante caminho de Turn on the Bright Lights, e recebeu magníficas críticas em revistas como a Rolling Stone e a Pitchfork, percebendo-se assim o seu alcance a nível artístico, e vendendo mais de meio milhão de discos.

Esta banda, muito associada ao movimento inicial da musica indie em Nova Iorque, encabeçou também outro fenómeno interessante, importante e marcante da música pop/rock atual, ou seja, o revivalismo em torno do pós-punk no início dos anos 2000.

O seu som relembra-nos os Joy Division ou os Chamaleons, e tem a particularidade de as letras serem escritas por todos os membros. Já gravaram mais dois álbuns, também com boa aceitação, mas sem o impacte dos dois primeiros (Our Love to Admire, em 2007 e Interpol em 2010).

Grande disco!

sexta-feira, 6 de junho de 2014

Luna Papa - uma viagem surreal

Luna Papa (1999)

Hilariante comédia do realizador soviético, nascido no atual Tajiquistão, Bakhtyar Khudojnazarov, numa colaboração entre várias entidades de países diversos (entre os quais a Alemanha o Japão e a França).

De cariz surrealista, atravessa três complexos países (até na pronúncia), nomeadamente o Uzbequistão, o Tajiquistão e o Quirguistão - só por isto já vale a pena procurar pelo filme... Onde o filho por nascer de uma jovem conta a história da sua mãe.

A menina de 17 anos é uma jovem aspirante a atriz, que engravida de um homem que lhe prometeu apresentar Tom Cruise... isto já é bastante revelador da inocência que se aborda no filme.

O pai da criança desaparece no dia seguinte, e junto com o seu excêntrico pai e o maluco irmão, partem em procura desse homem com vista a proteger a honra da jovem menina, atravessando toda a Ásia Central, passando por surreais lugares e vilas pelo caminho.

segunda-feira, 2 de junho de 2014

"Mais" Graham Greene


Graham Greene - O Terceiro Homem (1949)

Curiosamente foi o terceiro de muitos que li de Graham Greene, e que tem a particularidade de ter sido escrito como argumento para cinema, num filme interpretado por Orson Welles, aliás, o papel parece escrito para ele...
O filme tornou-se um clássico incontornável, trazendo ao livro algum sucesso, provavelmente por arrasto, mas felizmente chamando a atenção para a carreira de Graham Greene

O cenário é por si só exemplo do classicismo referido: Viena de Áustria, pós-Segunda Guerra, uma cidade dividida e gerida pelas quatro potências aliadas (Rússia, Inglaterra, França e Estados Unidos). Rollo Martins, um romancista de segunda linha, chega à cidade para visitar Harry Lime, o seu inescrupuloso amigo e herói de longa data. Logo descobre que Harry morreu, e em circunstâncias muito suspeitas. Enquanto se faz passar por um célebre escritor, dá início uma investigação por conta própria e procura resposta para a pergunta – o que Harry fez para merecer a morte? 

Do mais característico ambiente de espionagem e guerra-fria, com as incontornáveis questões sobre a essência humana, a moral, os vícios e as virtudes com que Greene nos habituou. Consola!