terça-feira, 19 de outubro de 2021

Begs & Amigos

Apresentação dos livros Begs & Amigos, na próxima Sexta-feira, dia 22, às 18h, na Biblioteca Pública e Arquivo Regional Luís da Silva Ribeiro, em Angra do Heroísmo. Apareçam!





sexta-feira, 20 de agosto de 2021

O Amor de Caribou

 

Caribou - Our Love (2014)

Sétimo disco do músico e produtor canadiano Dan Snaith, na sua faceta Caribou, o quarto sob esta denominação. Contou ainda com a colaboração de Jessy Lanza e Owen Pallett.

Embora sendo um álbum que se enquadra na cena eletrónica, tem um cariz muito R&B, hip hop e algum soul, com um ambiente muito influenciado pelo estado de graça do autor, após o nascimento da sua filha - o que se percebe ao ouvirmos o disco.

Repetiu o sucesso do segundo disco do projeto, Swim (2010), tendo mesmo alcançado algum sucesso de vendas e nas tabelas da cena musical norte-americana, assim como a própria nomeação para Grammy do melhor álbum de eletrónica e surgindo em várias listas para discos do ano.

Sublime.


quarta-feira, 28 de julho de 2021

Festa é Festa?

 


Festen (1998)

Também conhecido pela versão inglesa do título, "The Celebration", ou "A Festa" em português, é uma fantástica comédia NEGRA de Thomas Vinterberg.

A história gira em torno de uma família numa festa do 60º aniversário do patriarca, onde uma conjugação de eventos marcantes marcam o dia em questão. 

Trata-se do primeiro filme do colectivo Dogme 95, referência irreverente e radical do cinema nórdico nas décadas de 90 e 2000, com realizadores como Vinterberg e Lars von Trier.

Ganhou o Prémio do Júri em Cannes 1998, assim como muitos outros prémios na Europa.

Clássico alternativo...



terça-feira, 1 de junho de 2021

O Som do Metal

 

Sound of Metal (2019)

Excelente filme da Amazon (se a guerra do streaming nos continuar a dar filmes assim, eles que venham...), dirigido por Darius Marder e com Riz Ahmed no papel principal, contando a história de um baterista de heavy metal que perde a audição.

O filme tornou-se um sucesso na crítica, principalmente pelo argumento, a sonoplastia e o incrível desempenho de Riz Ahmed. Esta obra foi nomeada para vários óscares, tendo ganho duas estatuetas, relacionadas com o som.

Aborda a fragilidade humana através da dificuldade do baterista compreender e aceitar a perda de audição, exponenciado pela excelente performance do jovem ator. É um filme sobre uma grande mudança da vida de uma pessoa, e filmado de um modo empático e sensível, embora consiga ainda transparecer a dureza e dificuldade da situação em si.

Um must-see dos anos 2020.


sexta-feira, 7 de maio de 2021

MF Doom / DOOM

 

Czarface and MF Doom - Super What? (2021)

Novo álbum do coletivo Czarface, com os rappers 7L & Esoteric e o MC Inspectah Deck (dos Wu-Tang Clan), cujo lançamento foi atrasado em mais de um ano devido à Covid-19.

A particularidade e destaque deste trabalho reside em ter sido uma parceria com MF Doom (Daniel Dumile), um dos pais do underground rap e hip-hop. 

Estes estilos musicais tem a sua origem em ambientes alternativos, numa espécie de submundo da música, com origens humildes e da rua. 

Mas ao longo dos tempos tornou-se uma mega empresa, com artistas que são verdadeiras divas, ligados a grandes discográficas e um negócio de milhões, obviamente estandardizado com vista a agradar aos muitos fãs.

Alguns artistas mantiveram essa chama alternativa, experimental e crua do hip-hop e rap, explorando a sua criatividade individual sem se preocupar com a indústria, onde de facto MF Doom se localizou, ao lado de Madlib (Madvillain), e mais recentemente casos como Run the Jewels ou mesmo J Dilla.

MF Doom era muitas vezes descrito como um rapper com tendência para os desenhos animados, atuando sempre com uma máscara de metal, que lhe fez optar pelo nome artístico de um anti-herói da Marvel, mas o seu verdadeiro legado foi o defender a honra da pureza do hip-hop. Morreu a 31 de Dezembro de 2020, de razões ainda por explicar.

Este álbum acaba por ser uma homenagem e contou ainda com a participação de DMC (dos RUN-DMC), Del the Funky Homosapien, Kendra Morris, e Godforbid (vocalista dos That Handsome Devil).


https://gasdrawls.com/
https://czarfacemerch.myshopify.com/


quarta-feira, 14 de abril de 2021

Anouar Brahem - Um Virtuoso Transcultural

 

Anouar Brahem - Thimar (1998)

Anouar Brahem é um músico tunisino, e um virtuoso executante do oud, instrumento de cordas comumente utilizado no Médio Oriente, em forma de pêra, similar ao alaúde, e, com alguma imaginação e criatividade, faz-nos lembrar da guitarra portuguesa e do fado...

Mas Brahem há muito que faz parte de uma certa "elite" musical no jazz e música do mundo, geralmente em torno de grandes editoras do centro da Europa, sendo um dos grandes promotores da transculturalidade na música moderna.

E este álbum é um inteligente exemplo disso - com um som profundamente tradicional, possui um cariz de fusão, em torno da música jazz e da dita clássica, de tradição ocidental.

E depois cria este trio com John Surman e Dave Holland, dois gigantes e referências do jazz contemporâneo europeu, originando um improviso de carácter universalista e sem limites.

Muito bom!

quinta-feira, 25 de março de 2021

A propósito de Basquiat e os "seus" milhões...

Ainda dizem que a cultura não gera dinheiro... E então se relacionarmos estes valores com o percurso de vida de Basquiat, mais impressionante fica esta história:

Jean-Michel Basquiat - Warrior (1982)
- Comprado por 8 milhões de dólares
- Vendido por 42 milhões de dólares


Jean-Michel Basquiat - Dustheads (1982)
- Comprado por 26 milhões de dólares
- Vendido por 48 milhões de dólares


Jean-Michel Basquiat - Untitled (Devil) (1982)
- Comprado por 4 milhões de dólares
- Vendido por 57 milhões de dólares


Jean-Michel Basquiat - Untitled (1982)
- Comprado por 20 mil dólares
- Vendido por 110 milhões de dólares

terça-feira, 2 de março de 2021

Yuval, parte II

 

Homo Deus: Uma Breve História do Amanhã (2015)

Pode-se dizer que é o livro "do meio", da trilogia de Yuval Noah Harari. Publicado em 2015, seguiu o sucesso do livro anterior "Sapiens: Uma Breve História da Humanidade".

Neste livro Harari vai abordar as questões mais técnicas da humanidade, ou seja, pelas habilidades e competências adquiridas pelo Homem ao longo dos tempos, a sua evolução enquanto espécie dominante e todas as implicações éticas que daí resultam.

Guerra, fome, morte e Deus. Deixa-nos a pensar no próximo livro, que aborda o futuro...



sexta-feira, 12 de fevereiro de 2021

A Simplicidade da Atualidade

 

Sufjan Stevens - The Ascension (2020)

O oitavo álbum do norte-americano Sufjan Stevens até atingiu alguma notoriedade, dando nas vistas nas revistas da especialidade, saindo cada vez mais da penumbra onde por vezes ficam este cantautores "mais sensíveis".

Algures entre a música de autor e um pop delicado, bem composto e produzido, são canções que nos tocam, pela sua sensibilidade e inteligência, assim como atualidade e contemporaneidade do discurso.

"Exaustivo, denso e detalhado (...)". Foi o que a Pitchfork disse deste trabalho, mais um na brilhante, interessante e criativa carreira de Sufjan Stevens, embora pertencente ao panorama alternativo e menos mainstream, foi já nomeado para os Grammy e Óscares.

Sem ser dos seus melhores trabalhos, é sempre um prazer e uma alegria ouvir o trabalho dele, sabendo que toca muitos dos vários instrumentos que utiliza, explorando temas musicais da eletrónica ao folk, passando pelo lo-fi e músicas de Natal...

Um Contemporâneo.



quarta-feira, 6 de janeiro de 2021

Cyrano, um clássico...

Cyrano de Bergerac (1990)


Este filme de Jean-Paul Rappenau, baseado na peça do século XIX de Edmond Rostand, é de facto uma delícia cinematográfica.

Cyrano de Bergerac (Gérard Depardieu) é uma figura carismática em plena Paris do século XVII, famoso poeta, filósofo e espadachim, mas também reconhecido pelo seu enorme nariz, o maior de França! 

O filme vai então rodar-se em torno das peripécias apaixonadas deste personagem e de um conjunto incrível de co-protagonistas, e com base num dos grandes temas da humanidade: um amor não correspondido.

Tornou-se uma referência para os amantes e estudiosos da sétima arte, pois Rappenau transformou esta peça de teatro (muito particular e também ela seminal) em puro cinema. 

Desde a famosa cena da introdução, ao ritmo incrível que conseguiu implementar, da espetacularidade das batalhas e o intimismo entre os três protagonistas, e isto tudo mantendo o verso de Rostand - é um conjunto de riquíssimos pormenores que o remetem para os anais do cinema.

Depardieu ajuda de facto à festa e ao sucesso do filme, encaixando como uma luva neste papel fanfarrão, mas sofrido, que lhe trouxe a nomeação para o Óscar de Melhor Ator, e mesmo o César e prémio de Melhor Ator no Festival de Cannes.

Mais uma vez, um clássico obrigatório para a história do cinema.