terça-feira, 31 de janeiro de 2012

OuVisto

David Bowie - Low (1977)

Este trabalho de David Bowie retrata, talvez melhor que muitos, a sua conhecida faceta de "camaleão" musical. Para esse sucesso foi fundamental a participação de Brian Eno neste disco, conferindo-lhe uma linguagem típica das suas atmosferas e ambientes musicais, com verdadeiras paisagens sonoras.
É um álbum denso e desafiante, mas que confirmou o seu lugar de vanguarda, definitivamente experimental para 1977, mas definindo uma direcção no então chamado rock anvant-garde, ou seja, abrindo caminho a bandas com um som mais experimental e de cariz ambiente.
Nitidamente dividido em duas partes, uma mais melódica e outra mais vocal, a sua sonoridade não seria apontada a um trabalho de Bowie, com lentos e pesados ritmos, muito ao estilo da actual música ambiente.


sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

A Ouvir

Girls in Airports - Pirates and Tankers

19 de Fevereiro, na Casa da Música do Porto. Deverá ser bastante elucidativo...
Integrado no Festival Internacional de Jazz "12 Points", onde nem tudo o que se ouve é jazz...

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

OuVisto

A Banda (2007)

Todos impecáveis nos seus fatos de cerimónia, chegam a Israel os elementos da Banda Filarmónica da Polícia de Alexandria (Egipto), com vista a um concerto no Centro Cultural Árabe. Mas ninguém aparece no aeroporto para os ir buscar, dando início à sua demanda. Devido a alguns percalços linguísticos, acabam por seguir de autocarro para uma cidade... no meio do deserto, esquecida por todos. E ainda por cima a cidade errada.
A verdadeira beleza do filme transparece então na relação destes oito músicos egípcios com a reduzida população da cidade onde se encontram, estoicamente liderados pelo seu maestro.
Bom filme.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Um passo atrás... mas recebido com classe!


No seu último dia como presidente do Conselho de Administração da Fundação Centro Cultural de Belém, António Mega Ferreira não se refugiou no escritório e o frio não o impediu de esperar por Vasco Graça Moura, o seu sucessor, no hall de entrada do CCB. Aparentemente bem-disposto, e como bom anfitrião, Mega chegou antes da hora combinada para o encontro – previsto para as 10h – e cumprimentou os funcionários da recepção, que hoje conhecerão o novo presidente.


http://www.publico.pt/Cultura/a-chegada-de-graca-moura-na-despedida-de-mega-ferreira-1530309

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Angra Rocks! (2010-11-25)


É já conhecida a propensão para os Açores gerarem artistas com uma criatividade muito interessante. Temos agora mais dois casos, desta vez na música: João Félix e Flávio Cristóvam.
Ainda me recordo da primeira vez que me falaram de um jovem terceirense “com a sensibilidade musical de um Jeff Buckley”! Fiquei admirado e curioso, pois como grande fã deste prodigioso artista e um apaixonado pela minha terra, fiquei muito satisfeito com a possibilidade, embora hesitante.
Depois de o ver cantar pela primeira vez e de ler alguns dos seus poemas, percebi que a comparação estava curiosamente correcta, embora João Félix seja um artista completamente diferente de Buckley, como de muitos outros que certamente o terão influenciado.
O mais interessante é a sua sensibilidade, não só apenas nas letras, mas na composição das músicas e no modo como as canta. E o mais surpreendente era a sua idade: 18 anos! A minha curiosidade aumentou de nível, até ao agradável momento em que descobri que era neto de um dos maiores poetas açorianos de sempre, Emanuel Félix. Se filho de peixe sabe nadar, então neto sabe voar! Aconselho vivamente a acompanharem a carreira deste jovem artista terceirense (www.myspace.com/jooflix), pois trata-se de um caso raro de qualidade, com um estilo que se pode intitular de “cantautor” e com canções muito poéticas, onde a letra tem de facto importância, embora em inglês, e demonstrando um grande conhecimento literário e artístico, com referências musicais variadas, desde os Beatles a Elliot Smith, passando pelo referido Jeff Buckley e Nick Drake, e, concluindo, com uma atitude aparentemente independente, sem pressões nem objectivos puramente comerciais.
Outro caso com muito potencial é Flávio Cristóvam, também jovem músico terceirense, tendo-se iniciado a solo, mas neste momento acompanhado pelos The Jamadizen, compostos por Timothy Lima (guitarra e segunda voz), Raul Cardoso (baixo) e João Mendes (bateria). Despontam para o conhecimento público com a vitória do concurso Angra Rock em 2009, tocando depois ao longo do ano com vários artistas de referência, como é o caso dos Da Weasel.
Em Dezembro do mesmo ano ganham o prémio “Ones to Watch” para Portugal, promovido pela Vodafone e o MySpace, apontando-os como uma jovem banda com futuro no panorama europeu.
Em 2010 continua o sucesso a ser reconhecido, sendo seleccionados para o concurso LabJovem, e realizando uma pequena tournée pelos Estados Unidos da América. Voltam às Sanjoaninas e passam ainda pelo Festival Maré de Agosto, em Santa Maria. Para concluir esta maratona de prémios e reconhecimentos, em Agosto de 2010, Flávio Cristóvam foi finalista do Concurso “UK Songwritting Contest”, onde entre mais de 5000 músicos, conseguiu colocar uma canção sua em 8º lugar!
Neste momento gravam o seu primeiro álbum, a sair em Maio de 2011, intitulado “The Closing Doors”, enquanto esperam por uma boa proposta de uma editora. Podem ver o seu trabalho em www.myspace.com/flaviocristovam.
Assim como João Félix, transpira qualidade, com referências musicais que são reflexo dos nossos tempos, ou seja, de uma sociedade globalizada e informada, mencionando nomes como John Mayer, Dave Matthews Band ou Ryan Adams.
Com um som que se poderá de “catalogar” de Power Pop, tem também resquícios de Folk e Indie Rock, fazendo lembrar uma mistura de Bob Dylan com Ben Harper, mas com uma sensibilidade atlântica. Acima de tudo demonstra uma equilibrada mistura de criatividade e maturidade, tendo em conta a idade dos elementos, num Rock com origens nas mais puras tradições norte-americanas.
Desde a sua formação tocam apenas originais, também cantados em inglês, com uma imagem e mentalidade forte e decidida, que se reflecte nas suas letras e na sua atitude, como foi a iniciativa de, juntamente com os Fala Quem Sabe, terem organizado um evento de angariação de fundos para as vítimas das cheias na Agualva, no Teatro Angrense. Pessoalmente fico apenas à espera de alguns temas cantados em português, mas o futuro promete certamente!

PS. Até coincide com o sucesso do novo projecto de Flávio Cristóvam (http://www.facebook.com/octoberflight).

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

OuVido

Asian Dub Foundation - Comunity Music (2000)

É um marco de uma revolução dançante! Magnífica mistura de dub, punk, funk, reggae, dancehall e bolywood, com um forte cariz político e social, criando um verdadeiro monstro da globalização musico-filosófica... Parece complexo, mas é assim mesmo esta mistura de estilos e atitudes, num resultado muito dançável, de pé ou sentado.

O poder da música, e das artes em geral, de se imiscuir no destino político das nossas sociedades é de facto visível neste projecto, onde se mistura, com qualidade e criatividade, o puro e religioso som de Nusrat Fateh Ali Khan, com uma leviandade urbana de uns Stereo MC's ou Public Enemy, e ainda, para acabar, com um cheirinho a The Clash!

Deve fazer parte da colecção de qualquer "cromo" da música...


quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

OuVisto

Amor Estúpido e Louco (Crazy, Stupid, Love, 2011)

Esta comédia romântica, realizada por Glenn Ficarra e John Requa, aborda a vida de um quarentão, recentemente divorciado, que regressa ao assustador mundo dos solteiros. Aborda questões emocionais interessantes, com alguma introspecção, mas sempre com cariz humorístico, sem exageros.
Bom filme. O elenco também ajuda: Steve Carell, Ryan Gosling e Julliane Moore.


segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Leituras: O Cônsul Honorário

Graham Greene - O Cônsul Honorário (1973)

Devo muito a este livro. Para além de me ter dado a conhecer o autor que tantas horas já me ocupou o pensamento com questões morais, tão cruamente colocadas em cenários comprometedores, desde o Haiti durante a ditadura, à Argentina e Paraguai, cheios de pretensiosos ingleses, foi também o livro que me fez renascer o hábito da leitura, há uns felizes anos atrás.

Trata-se de uma complexa novela sobre as "peripécias" de um cônsul honorário inglês, sem poderes, algures na América do Sul dos anos 50. Pesada, alegre, obscura, uma verdadeira obra de arte.

Existe sempre em Greene algo de redenção e de introspecção, abordando implicitamente questões religiosas ou de fé, visitando o amor e a paixão, sempre envolto em mistério e tristeza humana.

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Ai Wei Wei, sempre em apuros

Ai Wei Wei - "Absent"

Sempre em confronto com o governo chinês, aquele que já foi considerado o artista mais poderoso do mundo é agora homenageado em Taipei (Taiwan ou Formosa), ao típico estilo provocativo desta democrática e autónoma ilha chinesa.




quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Os Simpsons, segundo Banksy (2010-11-12)

Há mais de vinte anos que a maluca família dos Simpsons nos entra pela casa dentro, numa bem conseguida paródia satírica do estilo de vida da classe média nos Estados Unidos da América, assim como de vários aspectos da condição humana.
Sobreviveu todo esse período, com os normais altos e baixos de um programa de televisão, críticas de perca de qualidade, mas sempre mantendo uma irreverência que é a sua identidade, como afirmam os próprios criadores, admitindo ser um espaço de comédia arriscada, mas nunca pessoal, apenas com piada!
E foi nesse espírito que pela primeira vez convidaram alguém externo à equipa para desenhar uma sequência completa da abertura do programa, e quem melhor do que o jovem e também irreverente artista inglês de graffiti Banksy. Este, com total liberdade por parte dos editores, resolveu criar uma forte crítica aos supostos métodos de trabalho das grandes empresas norte-americanas, mostrando imagens animadas de trabalhadores asiáticos, presos numa cave húmida, fazendo filmes, brinquedos e DVD’s da marca Simpsons.
A sequência termina, como sempre, com a família a sentar-se no sofá da sala, onde vai começar a assistir à sua própria série, que sempre foi considerado pelos escritores dos Simpsons como mais uma oportunidade para inserir uma piada.
Esta transmissão causou imediatamente muito furor e muito se escreveu nos órgãos de comunicação social de todo o mundo, sobre um assunto já muito denunciado, mas ainda real – a utilização de mão-de-obra infantil e praticamente escravizada nos países do terceiro mundo.
E o artista em questão? Também já ele alvo de várias tentativas de processos judiciais, o que não tem sido possível, pois ninguém sabe a sua verdadeira identidade, Banksy é artista e criador de graffiti britânico, e tem vindo a conquistar grande sucesso nos últimos anos, fazendo trabalhos em stencil (tinta em spray por cima de molde em cartão) pelas ruas da cidade de Bristol e Londres.
Para todos os efeitos, e devido ao cariz interventivo do seu trabalho, é também um activista político, baseando a sua satírica arte em análise da sociedade actual. Expulso da escola aos 14 anos de idade, esteve também preso por pequenos delitos, mas sempre tem conseguido manter a sua identidade secreta, sempre com uma capuz sobre a cabeça e cara tapada.
Em 2006 vendeu um trabalho à cantora norte-americana Christina Aguilera de uma imagem da Rainha Vitória com uma “atitude” lésbica por 28 mil euros, e em Fevereiro de 2007, vendeu o trabalho “Bombing Middle England” por 113 mil euros num leilão na Sotheby de Londres – impressionante para um artista de rua!
Além de cinco livros editados em nome próprio e já três obras sobre ele, lançou ainda este ano um documentário relacionado com os graffiti, intitulado “Exit Through the Gift Shop”, que tem tido excelentes críticas, sendo naturalmente polémico e independente na sua realização e transmissão de ideias.
E em 2010 encontra os Simpsons.



PS. I Lova Banksy



quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

OuVido e OuVisto

Foi um verdadeiro 3 em 1, pois estava na companhia de uma das minhas bandas de eleição, os Sigur Rós, há quase uma semana no carro, reouvindo o álbum Ágaetis Byrjun, quando recebi a minha primeira boa oferta de Natal: o álbum e filme (CD e DVD) INNI, o mais recente trabalhos destes angelicais islandeses.

Sigur Rós - Ágaetis Byrjun (1999)
É sem dúvida o meu álbum preferido desta banda, e o que me fez apaixonar definitivamente pelo seu som, pela sua estética e pelo seu minimalismo cheio de emoção. As pesadas guitarradas misturam com um poder vocal sui generis, sempre numa melancólica harmonia. Não existe maneira menos alegórica de explicar este som.


Sigur Rós - INNI (2011)
Neste novo trabalho, onde se reúnem várias gravações ao vivo durante a tour de 2008, em dois CD, mantém-se toda a pureza e sinceridade do seu som, por vezes sem secção de cordas, que tanto "enche", causando novas sensações, ao ouvirmos músicas que já conhecemos, e que pelo facto de serem executadas ao vivo, já nada tem a haver com o que eram em estúdio. Muito Bom!


INNI (2011)
Ainda decorrente da tour de 2008, os Sigur Rós fizeram-se acompanhar pelo realizador Vincent Morisset, que produziu este belíssimo filme / documentário, onde ressalta toda a melódica paisagem sonora da banda, num resultado esteticamente tranquilo e inquietante ao mesmo tempo.

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

II Poetry Slam


A Associação Cultural Burra de Milho e o Teatrinho – Espaço de Criação promovem, em co-produção, o II Poetry Slam – Mostra de Poesia Amadora, no próximo dia 7 de Janeiro de 2012, pelas 21h30, na sede do Alpendre – Grupo de Teatro.


O Poetry Slam pretende ser um espaço de partilha de poesia amadora, seguindo um formato informal com apresentador e inscritos. 


As inscrições para participar deverão ser feitas para o correio electrónico: new-blayer@hotmail.com 


A apresentação do Poetry Slam estará a cargo de Ricardo Blayer.


A participação e a entrada são livres.


Para mais informações, contactar:
Associação Cultural Burra de Milho: 916423836/ burra.de.milho@gmail.com
Teatrinho – Espaço de Criação: 968090029 / teatrinho.acores@sapo.pt