quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

O Poder do Instantâneo...

Tigre na Água (2005)

PS. Uma das minhas favoritas de sempre, que me fez perceber a dimensão que um simples momento casual, numa imagem captado por um telemóvel sem qualidade, nenhuma pode ser tão importante...

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

O Padrinho (até o nome assusta...)

The Godfather Trilogy (1972-1990)

Considerados por muitos como dos melhores filmes de sempre, principalmente o I e o II, mas sem dúvida valendo também enquanto trilogia, criou um precedente de extrema qualidade e sensibilidade para qualquer filme posterior sobre a Máfia...
São inesquecíveis os personagens e suas pequenas características, assim como a intensidade tipo Western de algumas sequências, para não falar do ambiente sonoro e musical.
Foi o transformar o filme de gangsters em momento épico e negro, com destaque para as disfuncionalidades que podem existir dentro de qualquer família, numa verdadeira obra-prima, e com atores como Marlon Brando, Al Pacino e Robert de Niro... será muito difícil fazer melhor.
O primeiro filme surge em 1972, por Francis Ford Coppola, com base no brilhante argumento de Mario Puzo, e é considerado o segundo melhor filme norte-americano de sempre pelo Instituto de Cinema Americano (atrás do marcante Citizen Kane), cujo sucesso levou a uma sequela.
Estreia então em 1974 o segundo filme, sendo ao mesmo tempo uma prequela e uma sequela, atingindo novamente grande sucesso, comercial e junto da crítica, sempre em torno de Vito Corleone e a sua família.
Ambos os filmes receberam os principais óscares, tendo mesmo sido a primeira sequela a receber o Óscar para Melhor Filme, mas na mesma lista referida acima, apenas se encontra em 32º lugar na importância cinematográfica para os EUA.
Em 1990 surge, assim por dizer, o parente pobre, no terceiro filme da trilogia, que seria o epílogo dos primeiros dois filmes, acabando por ter um sucesso relativo nas bilheteiras e ser ainda nomeado para 6 óscares, mas nunca se aproximou da importância dos primeiros.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

PAUS para toda a obra...


Paus - Paus (2011)

Feliz resultado da reunião entre Joaquim Albergaria, Hélio Morais, Makoto Yagyu e João "Shela", esta banda portuguesa tem um som base de teclado, mas que nos permite ouvir todos os outros instrumentos, sensorialmente constante...
São oriundos de outras bandas que já ouvimos falar, mas o que interessa é o som que produzem juntos, numa "onda" muito boa.
Depois do EP "É Uma Água" (2010), lançam este trabalho homónimo em 2011, depois de alguma sensação ao logo do ano, com o destaque para o conjunto de eventos por eles organizados, intitulado "Só Desta Vez", com muitos convidados interessantes de várias áreas musicais.
Editados pela Enchufada (a mesma editora dos Buraka, entre outros), trazem uma novidade ao som nacional de origem eletrónica, e com muito rock à mistura... Bom disco.

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Pelo Tempo: "O Regresso da Nova Ordem" (2011-09-09)


É um regresso feliz, e não apocalíptico, como em certas teorias da conspiração ou de política global, como o título poderia indicar. Trata-se do regresso da banda New Order aos palcos, mais especificamente na Bélgica e em França, para dois concertos em outubro deste ano.
A origem do evento tem razões menos felizes, pois trata-se de um concerto com vista a angariar dinheiro para apoiar Michael Shamberg, produtor dos vídeos da banda, gravemente doente desde 2005. Dos elementos originais, apenas Peter Hook não se juntará à homenagem, pois desde que saiu da banda em 2007, nunca conseguiu ultrapassar os desentendimentos que provocaram a cisão.
Os New Order tiveram de facto um impacto que vai para além das suas músicas mais famosas (todos os que passaram por uma pista de dança nos anos 80 ou 90 conhecem, mas podem não associar), pois abriram as portas a uma liberdade criativa e energética de um Pop/Rock Eletro que dominou e ainda domina a cena musical mundial.
Formaram-se em Manchester, na Grã-Bretanha, em 1980, pelos restantes elementos da também mítica banda Joy Division, e após a morte de Ian Curtis, o não menos carismático vocalista, que se suicidou aos 23 anos, como retratado no filme Control (2007).
Tornaram-se de facto o expoente máximo da fusão entre o rock e a música eletrónica, com um forte ritmo de dança, sendo as principais referências desta área, juntamente talvez com Depeche Mode e Kraftwerk.
Após o lançamento de vários singles de relativo sucesso, numa lógica de música de dança, e com muito êxito nos clubes ingleses, surge o primeiro álbum de estúdio, “Movement” (1981), que fazia um género de transição entre Joy Division e New Order, com um som puramente eletrónico, mas com origens no rock.
O grande lançamento da banda tornou-se o single “Blue Monday” (1982), posteriormente integrado no segundo álbum dos New Order, o fantástico “Power, Corrution and Lies” (1983). Ainda hoje em dia é o single mais vendido no mundo, e com a duração de sete minutos e meio, longo para a época. Rodou por todos os clubes da moda em Londres, Nova Iorque e Paris, influenciando a cena Synhtpop (pop com sintetizadores…), ajudando à explosão dos teclados, tornando, por exemplo, os Pet Shop Boys numa das bandas mais conhecidas do planeta.
Em 1987 lançam um dos seus álbuns mais vendidos e conhecidos, “Substance”, que se tratava de uma compilação de todos os singles até ao momento, tornando-se na confirmação mundial do sucesso dos New Order.
Até 1994 continuam a produzir discos de estúdio, sempre com uma orientação rock, pop e eletrónica, virada para a música de dança. Em 1995, voltam a editar uma coletânea, desta vez com alguns remixes e inclusão de músicas que marcadamente definiam a banda. Foi o seu disco mais vendido de sempre, “(The Best Of) New Order”.
A partir de então, diminuíram a sua produtividade, e apenas três anos depois voltam a gravar em estúdio. Nova pausa, e regressam aos álbuns em 2001, com “Get Ready”, onde foi notório uma grande alteração no seu som, muito mais à base de guitarra, como se nota também em “Waiting for the Siren’s Call” (2005), o último álbum da banda.
Depois veio o reconhecimento: no mesmo ano ganham o prémio God Like Genius e a inclusão, juntamente com os Joy Division, no UK Music Hall of Fame. De facto, depois da saída de Hook, nunca mais houve consenso, mas para todos os efeitos, a banda continua a existir, e quem sabe a preparar alguma surpresa. Infelizmente, que eu tenha conhecimento, apenas tocaram uma vez em Portugal, durante a edição do Super Bock Super Rock de 2005. Tal pena.
Juntamente a todo este sucesso, a banda teve, nos anos 90, o que se tornou o clube mais famoso da Grã-Bretanha, o Hacienda, onde testavam obviamente os seus sons, como pode ser visto no documentário “New Order Story” (1993) ou no sucesso de Michael Winterbottm “24 Hour Party People” (A Festa Nunca Termina, 2002).

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

O que se vê numa imagem...

Nem tive tempo. Ficou tudo escuro (2007)

PS. Esta imagem merece ser em grande dimensão. O observador merece que essa imagem seja em grande dimensão.

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Do Lado Certo da Ressurreição com Joaquim Sapinho

Deste Lado da Ressurreição (2011)

Concluindo o ciclo de cinema nacional "Amostra-me Cinema Português", organizado pela Associação Cultural Burra de Milho, no Centro Cultural de Angra do Heroísmo, tivemos a oportunidade singular de assistir à estreia regional do novo filme de Joaquim Sapinho, contando com a presença do realizador.
Filme magnífico e deslumbrante, com uma intensidade a cada segundo que passou, onde a contemplação era inadiável, "sofrendo de prazer" durante todo o filme, como diria o realizador após a exibição, numa eterna busca pela nossa capacidade de amar.
Para mim, o melhor filme que vi em 2012.


quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Flaming Lips em ascensão (1993)

The Flaming Lips - Transmissions From the Satellite Heart (1993)

Considerado a primeira "obra-prima" dos Flaming Lips, numa fusão de letras provocantes e inteligentes com uma sonoridade de rock eletrónico. Os pormenores são infinitos e a "rocalhada" verdadeira!
Sendo já o sexto álbum da banda, conseguem também o seu primeiro sucesso nas rádios, com "She Don't Use Jelly".
Nunca me canso de Flaming Lips - nem quero!

terça-feira, 1 de janeiro de 2013

A dor em "O Monte dos Vendavais"

Emily Brontë - O Monte dos Vendavais (1847)


Este foi o único romance desta intensa escritora britânica, considerado um clássico da literatura inglesa. É-nos contada por uma narradora, a governanta de uma casa inglesa, e expõe-nos ao crescimento do filho ilegítimo da casa, Heathcliff, e dos filhos legítimos, Hindley e Catherine, que se afeiçoa por Heathcliff...
Depois ficam-nos as clássicas peripécias: morte, abandono, regresso, tristeza, vingança... à boa maneira inglesa - dramática!
Tratou-se de um dos primeiros romances com complexidades psicológicas que li atentamente, despertando o adolescente fascínio pela literatura. Nesta luta entre egos e identidades, com variadíssimas abordagens freudianas, fica-nos a incrível capacidade de sentirmos dor e tristeza através de umas letras impressas em papel.