quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Pelo Tempo: "Os Sons de 2012 – Internacional" (2013-01-08)

Nada mais previsível do que cliché repetido… mas não consigo evitar de partilhar esta pesquisa de fim-de-ano que realizo sistemicamente em todos os Dezembros. Assim, lá fui pesquisando nas últimas semanas as habituais revistas de referência musical, entanto abranger a maior diversidade possível, em edições norte-americanas, europeias e portuguesas.

Como as informações, embora breves e amadoras, são muitas, tenho de dividir o texto em dois artigos, nomeadamente às listas internacional e nacional. Também não custa referir que se as listas fossem baseadas nos tops de vendas, teríamos aqui nomes como Rhianna, Taylor Swift ou Tony Carreira, todos grandes músicos e de carreiras populares imensas – mas o que se procura é apresentar o que de melhor a nível musical se produziu, segundo os críticos da especialidade.

As revistas consultadas para a cena internacional foram a New Music Express, Rolling Stone, Spin, UNCUT, Paste Magazine e a Magic RPM, abrangendo bastantes áreas e estilos musicais. Aliás, torna-se esta uma excelente forma de descobrir novos sons, pelo menos para mim… que resultou nesta lista:

10. Alt-J: “An Awesome Wave”. Fresco trabalho destes jovens ingleses, com o seu primeiro álbum de estúdio. Singularmente divertido e acessível.

9. Grimes: “Visions”. Trabalho da experimentalista canadiana, complexo, mas muito bonito e provocante q.b., recheado de uma duvidosa estética futurista.

8. Bob Dylan: “Tempest”. Um regresso é um regresso, e Bob Dylan mantém a sua linguagem, embora, como o título indica, algo mais tempestuoso.

7. Jack White: “Blunderbuss”. Primeiro trabalho a solo do vocalista dos White Stripes, muito bem recebido pela crítica e pelo público, também se mantém fiel ao seu rock sentido, emotivo e singelo.

6. Grizzly Bear: “Shields”. Quarteto indie norte-americano, lançam o seu quarto álbum, mais complexo e rico, com um pop-rock introspetivo, mas não estático.

5. Japandroids: “Celebration Rock”. Está na moda o punk com toques de rock clássico, muito bem executado aqui por este duo canadiano. Enérgico e estimulante.

4. Fiona Apple: “The Idler Wheel Is Wiser…”. Outro regresso, da aclamada artista “alternativa” norte-americana, já nomeada para Grammy com este disco. Apenas com 4 álbuns de estúdio, esta poetisa da música nunca deixa de encantar.

3. Tame Impala: “Lonerism”. Segundo álbum destes psicadélicos australianos, de uma sonoridade pop lembrando os anos 60 e 70. Obrigado Kevin Parker.

2. Kendrick Lamar: “good kid, m.A.A.d city”. Ao ritmo de uma autobiografia, Lamar vai-nos contando as peripécias da sua vida em Compton (Califórnia), numa fascinante narrativa em hip-hop suave e lírico, onde as rimas criam uma atmosfera entre o real e o onírico, onde se incluem pequenos trechos reais de conversas e histórias da sua vida. Disco vital de 2012!

1. Frank Ocean: “Channel Orange”. Este é o disco do ano, sem dúvida o mais referido nas leituras realizadas, apanhando a importante boleia de Jay-Z e Kanye West, comprovando que o som hip-hop e soul está de facto na moda, onde criando um bonito e sentido álbum, atinge também níveis muito interessantes de vendas, como Kendrick Lamar, aliás. Apresenta-nos uma mistura ideal: a sensibilidade de um cantautor recheado de poética, com a afetividade do soul – objetivo para onde os últimos anos de experimentalismo do hip-hop vinham encaminhando… Elegante, inteligente, lírico e sofisticado.

Junta-se assim aos álbuns de 2010 (Kanye West: “My Beautiful Dark Twisted Fantasy) e 2011 (PJ Harvey: “Let England Shake”). No entanto são ainda de referir os trabalhos de Bruce Springstenn, dos Chromatics, o regresso de Bill Fay e o fantástico álbum dos Swans. A título pessoal, destacaria “Bloom”, dos Beach House, assim como o disco de estreia dos açorianos October Flight, já com visibilidade nacional.


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