quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Pelo Tempo: "Alternativo, Vaudeville, Burlesco…" (2012-03-31)

Em jeito de continuação do último artigo referente à “Música Alternativa”, o Vaudeville era um género de entretenimento muito comum nos Estados Unidos e Canadá no fim do século XIX e início do século XX, com origens variadas e aconteciam geralmente à noite, com músicos, dançarinos, mágicos ou acrobatas, palestras e até atletas.
O Vaudeville está de facto de volta, pelo menos a estética em torno dele, ou a ideia que fazemos dessa estética. A teatralidade dos espectáculos musicais é um dos aspectos mais atraentes para os fãs, quer ao vivo, quer na imagem que depois mantêm. Só que agora em vez das famosas cobras vivas em palco tipo Ozzy Osbourne ou Alice Cooper, temos um jovem artista de camisa branca, calça e colete preto, com um velho chapéu típico dos anos 20, sentado num banco, tocando banjo e cantando com muita intensidade e lirismo…
Se num dia nos apetece algo movimentado e cheio de acção, com fogo-de-artifício e explosões, mas no seguinte já queremos algo mais reflectivo, ou mesmo com questões políticas à mistura, temos isso no Vaudeville, com múltiplos planos de entretenimento, misturando circo, igreja e cabaré se necessário. Um bom exemplo disso é a banda Vagabond Opera, que atua ocasionalmente em Portugal.
Numa perspectiva talvez mais agressiva, certamente mais provocadora, surge também o ressurgimento da estética burlesca. Não são apenas stripers num palco, mas um género directamente descendente da Commedia dell’arte, uma performance de improviso, extremamente popular nos séculos XV e XVII em Itália.
Mas é no século XIX que o Burlesco surge em força, novamente nos Estados Unidos e Canadá, em pequenos teatros de entretenimento popular, com música, trapezistas, ventríloquos e outros. Nestes espaços podia-se consumir álcool, fumar, estar de pé e falar no tom que apetecesse, criando um ambiente mais popular do que nos tradicionais teatros.
Sobreviveu com alguma intensidade até aos anos 50 e 50 do século passado, mas com a emergência da televisão e do rock, acabou por perder a sua lógica, deixando no entanto um enorme legado e influência estética.
E o revivalismo que se vive desde os anos 90 destas duas linguagens tem também a sua origem, obviamente, nos Estados Unidos, nomeadamente em Nova Iorque, São Francisco e Los Angeles, desde o striptease artístico, com o destaque para a diva mundial Dita Von Teese, mas também humor negro ou cabaré, reforçado recentemente com o filme “Burlesque”, com Cher e Christina Aguilera. Na música temos referências, quase todas elas já aplaudidas em Portugal, como as CocoRosie, Devendra Banhart ou Ditty Bops.

Variedade e criatividade não faltam…

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