Realizaram-se
nos passados dias 11, 13 e 15 de Outubro três concertos pela Orquestra
Académica Metropolitana, em três escolas secundárias regionais, Antero de
Quental (Ponta Delgada), Manuel de Arriaga (Horta) e Tomás Borba (Angra do
Heroísmo). A grande particularidade deste evento, além da excelente iniciativa
de levar música às escolas pela Direcção Regional da Cultura, integrado na
programação da Temporada de Música 2010, é o facto de estes concertos serem
comentados.
Sob
a direcção do maestro Jean-Marc Burfin, foram interpretadas várias obras de
dois autores europeus, no âmbito do que vulgarmente intitulamos de “música
clássica”, geralmente de origem ocidental. Paralelamente existiam os
comentários pelo maestro César Viana, permitindo assim aos jovens um contacto
directo com este género de música, apoiado por explicações variadas,
funcionando ao mesmo tempo como um forte contributo para o eterno problema da
formação de novos públicos.
Geralmente
quando nos confrontamos com este tipo de música pelas primeiras vezes, e pelo
facto de não existir o hábito da sua audição, estranhamos, mesmo que a consideremos
bela, angelical e etérea. Quando não estamos confortáveis com algo, por não
dominarmos a sua essência, somos obrigados a tentar perceber o que se passa – o
que obriga a um maior esforço para compreender, exercitando assim o cérebro, algo
muito positivo, numa época subjugada pelo facilitismo da televisão e restantes
media.
Reside
de facto aí o grande valor desta iniciativa, providenciando uma experiência
talvez mais importante do que os próprios jovens se possam aperceber no
momento.
Também
é de destacar o papel desta Orquestra Académica Metropolitana, eixo central de
formação de jovens músicos portugueses, que mantém uma grande actividade, como
é exemplo o facto de na temporada passada ter apresentado dez concertos com
quatro programas diferentes.
Paralelamente
aos concertos comentados, a descentralização musical e a interligação com
outros projectos culturais tem sido ferramentas muito utilizadas em Portugal, e
bem, com vista à captação de novos públicos, amantes e praticantes, com um merecido
destaque dirigido à Orquestra Metropolitana de Lisboa, responsável por
assegurar a programação regular em cerca de 15 autarquias de todo o país.
Por
fim, realce à excelente programação da Temporada de Música 2010, com um
verdadeiro sentido de descentralização, servindo mesmo de exemplo a outras
áreas de gestão na região. Continua a ser um evento de projecção nacional, mas
servindo essencialmente pela apresentação de artistas que de outra formam não
viriam aos Açores.
Só
tenho pena de a deslocação entre Terceira e São Miguel não ser mais fácil, como
um Lisboa – Coimbra, pois não perderia certamente o espectáculo de Olga Roriz,
no próximo dia 23 de Outubro, pelas 21h30, no Teatro Micaelense. A não perder!
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