terça-feira, 26 de abril de 2016

História da Música - guiados pela voz de Pollard

Guided by Voices - Bee Thousand (1994)

Este é o sétimo álbum do coletivo Guided by Voices, gravado, como habitualmente, em gravadores caseiros, tipo quatro pistas, ou outras soluções menos convencionais, evitando sempre os estúdios profissionais...

Esse aspeto ajudou a reforçar o seu estatuto como uma das bandas definidoras do estilo musical "lo-fi" (fraca qualidade de gravação sonora), com inspiração nas bandas punk inglesas da década de 60 e 70, o que fez com que a banda começasse a dar nas vistas e inclusive a assinar com uma grande editora (Matador Records).

O grande líder e mentor deste projeto, o multi-facetado Robert Pollard, tem sido a marca constante da banda, sendo que os restantes elementos tem variado de disco para disco e de tour para tour... podendo mesmo considerar este como um projeto individual, mas tem existido sempre como banda.

Este foi também o primeiro dos últimos álbuns, pois devido a dificuldades financeiras, motivos familiares e devido à sua carreira de professor, decidiu acabar com o projeto. Mas durou pouco tempo, e a banda tem-se reunido várias vezes, com novas pessoas, novas editoras, novos álbuns, e mais recentemente, entre 2010 e 2014, vários concertos "reunião".

Aparentemente tocarão este ano ao vivo, assim como corre um boato de que editarão um álbum novo, provavelmente originado por Pollard...

Banda fundamental da história musical do século XX/XXI.

sexta-feira, 1 de abril de 2016

Kafka no Castelo do Absurdo

Franz Kafka - O Castelo (1926)

Outro magnífico livro de Franz Kafka escrito em apenas seis meses, em 1922, com a curiosidade de apenas ter sido editado após a sua morte.

Novamente o personagem principal chama-se K., assim como em "O Processo", e é um agrimensor (topógrafo da área da agricultura...) que se desloca a um castelo num local não especificado para prestar os seus serviços, mas por mais que tente, não consegue entrar.

Novamente as interpretações são várias, mas podemos centrar-nos numa crítica à burocracia e ao absurdo, assim como uma viagem pelo seu próprio inconsciente, também ele confuso.

Ficamos também com uma clara evocação a uma crise existencial (autobiográfica ou não), onde estamos perante alguém que não encontra as respostas que precisa para as muitas perguntas sobre o sentido da vida - sendo o personagem absorvido pela rotina e aceitando a realidade como ela é.