Foram
oito os seleccionados para a categoria de Vídeo do Concurso LabJovem, todos com
um nível de criatividade muito interessante, e com a originalidade e
irreverência típica dos mais jovens. Sem querer destacar em particular nenhum
dos filmes, importa referir que os registos vão desde uma pesada abordagem
poética com origem nos pensadores romanos, passando por videoclips de artistas
também açorianos até registos mais juvenis e pedagógicos.
Dos
oito seleccionados, será justo realçar o 1º classificado, neste feliz caso, uma
representante do sexo feminino. Kara Miranda Lawrence nasceu em 1984 no Canadá,
descendente de açorianos, especializou-se em cinema de animação, como nos
mostra neste concurso com a curta-metragem “Oriana”. Trata-se de uma doce
viagem de uma pequena fada, que passa por um mau bocado por não ter cumprido
certas regras, mas o melhor é mesmo ver o vídeo, disponível, como todos os
outros, entre os dias 15 e 21 de Novembro, no site oficial do concurso, www.labjovem.pt.
Esta
jovem artista, além da atribuição de uma bolsa de estudo, recebeu ainda a
menção LABCOMUNIDADES, destinada aos projectos seleccionados concebidos por
descendentes de açorianos até à 3ª geração, uma novidade desta edição do concurso
LabJovem. O júri foi novamente constituído por personagens de referência da
cena audiovisual portuguesa, nomeadamente Rui Pereira, gestor e programador de
cinema, e desde 2003 um dos directores do Festival Internacional IndieLisboa;
Paulo Viveiros, Mestre em Ciências da Comunicação e professor da licenciatura
de Cinema, Vídeo e Comunicação Multimédia na Universidade Lusófona; e Gonçalo
Tocha, artista multifacetado e realizador irreverente, um dos novos valores da
cinematografia portuguesa.
Esta
semana passada, entre 31 de Outubro e 7 de Novembro, realizou-se o Festival de
Curtas das Ilhas – Faial Film Fest 2010, já na sua 6ª edição, sempre
aprimorando o seu formato e conteúdo. Tem vindo desde 2008 a
“internacionalizar-se”, embora apenas dirigido ao mercado lusófono e das ilhas
do Atlântico, mas numa clara perspectiva de expansão, acarretando ao mesmo
tempo o factor de internacionalização dos Açores, algo apenas conseguido em
igual dimensão pelo AngraJazz ou COFIT.
Este
ano foram aceites a concurso 58 filmes, novo recorde, onde se conta com cerca
de uma dezena de produções açorianas, com grande destaque para a ilha do Faial,
assim como para a presença de filmes de várias origens da lusofonia, como
Brasil ou Cabo Verde (ver www.azoresfilmfestival.org).
As
áreas a concurso são a ficção, documentário, animação e experimental, e entre
as actividades várias paralelas ao evento, é de destacar a homenagem ao
realizador português Manoel de Oliveira, onde foi exibido o seu último filme, “Painéis
de São Vicente de Fora – Visão Poética”.
Muito
foi feito desde 2005, com a então “1ª Mostra de Filmes Produzidos no Faial”,
num entusiasta e dinâmico trabalho feito pelo Cine Clube da Horta, pois apenas
com muita dedicação, paixão e tempo se consegue criar um evento assim tão
prestigiante para a região. Parabéns à organização!
Para
finalizar este pequeno passeio pelas imagens em movimento das nossas ilhas,
deve se congratular também a direcção do 9500 Cineclube, em Ponta Delgada, que
tem vindo a apresentar uma programação de cinema com muita qualidade e, acima
de tudo, com muito cuidado da sua escolha, divulgação e explicação.
Novamente
com um grupo de pessoas muito apaixonadas e conhecedoras, trata-se de uma associação
cultural sem fins lucrativos que tem como principal objectivo uma intervenção
sistemática no âmbito do cinema (e não só), promovendo também actividades paralelas,
como formação ou debates.
Destaque
para as recentes organizações do Ciclo de Artes Plásticas, Ciclo de Cinema no
Feminino e Novo Cinema Holandês, entre outras, que possibilitam aos açorianos
em geral, e aos micaelenses em particular, assistirem a cinematografias às
quais não teriam hipótese nos sistemas regulares de exibição (ver mais em www.9500cineclube.blogspot.com).
Os
Açores sempre foram uma região com uma grande paixão pelo cinema, com altos e
baixos como todas as áreas. Utilizando a recente metáfora de Mário Soares em
relação aos políticos portugueses e ao vinho, pode-se dizer que nos Açores tivemos
este ano uma excelente colheita!
Nota: passou-se mais um ano, cheios de sucesso pelas respectivas organizações. Um bom sinal de continuidade e de qualidade.
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