La Grande Bouffe (1973)
La Grande Bouffe (1973) é um filme pesado, chato e ainda por cima não tanto profundo quando poderia ter sido - mas gosto... É um daqueles filmes que ficam na nossa memória mais íntima, que nos marcam, talvez nem pela perspetiva cinematográfica, mas por algo mais, algo externo ao próprio produto artístico, algo como uma sensação ou atitude derivada do ato de o teres presenciado.
Neste caso, foi um dos primeiros filmes que vi sem ser animação, ou soldados norte-americanos aos tiros nos vietnamitas (que também os há bons...), e ainda por cima, com alguma conotação erótica e sexual...
É algo marcante numa fase de ritual de passagem de menino para adolescente (a pensar que já era adulto), e que ficou para sempre agrilhoado na minha memória.
Esta comédia de Marco Ferreri protagoniza uma engraçada história, que se pretendia profunda, sobre um conjunto de amigos que se reúnem um fim-de-semana para, basicamente, comer até morrer... nunca se percebe bem porquê, mas podemos relacionar com os abusos da sociedade e alguns valores da humanidade em desuso.
O grupo é excelente, com destaque para Marcello Mastroiani, Ugo Tognazzi, Michel Piccoli e Philippe Noiret (quando os virem, reconhecem-nos), que juntamente com umas pouco profissionais e emocionais prostitutas, se juntam numa vila em pleno Inverno rigoroso, para comer até rebentar!
Filme polémico à data, pois com um elenco conhecido e uma produção e distribuição de cariz comercial, abordava uma temática algo escatológica e de intimidade sexual - cómica, mas sexual. Marcou, e acabou inclusive por receber o prémio da crítica em Cannes (1973), sendo hoje em dia considerado um dos clássicos vencedores daquele festival.
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