É até provável que se arranjem umas estatísticas, ao estilo PORDATA e argumentos como “os números não enganam”, como tão demagogicamente o serviço público da RTP 1 tem apresentado nos últimos meses após o Telejornal, mas o que é facto, é que as pessoas não deixam de ouvir e de consumir música. Assim, decidi fazer novamente uma pesquisa pelo que considero as revistas ou sítios mais importantes e significativos da cena musical, de cariz mais popular, deixando assumidamente de lado as vertentes específicas da música, como o heavy metal, jazz ou música clássica.
A nível nacional recorri às tabelas apresentadas pelo Blitz e pela página de música do Sapo, assim como pela mais alternativa Bodyspace. Ao nível internacional as tabelas analisadas foram da Rolling Stone, Billboard, Pitchfoark, New Musical Express e Spin, as maiores referências do jornalismo musical.
Não se trata portanto dos álbuns mais vendidos, nem dos mais emitidos na rádio e televisão, mas provavelmente, segundo os melhores jornalistas musicais do mundo ocidental, os melhores trabalhos do ano. Depois passei uma breve vista de olhos no sítio Metacritic, que faz a recolha estatística a nível mundial das várias tabelas existentes, ou seja, tenta fazer um “top dos topes”, atribuindo um determinado número de pontos por cada primeiro, segundo e terceiro lugar em tabelas musicais.
Assim, a haver um álbum do ano, só poderia ser “Let England Shake”, de PJ Harvey, sendo referenciado em quase todos os topes dos órgãos de comunicação social da área, e em alguns deles como número um. Polly Jean arrasou de novo, mostrando um coração enorme, sempre com uma atitude lutadora.
Estatisticamente, o álbum que apresento em 2º ficou realmente em 3º, mas eu gosto mais dele! Trata-se do disco homónimo dos Bon Iver, para mim o seu melhor trabalho até agora: angelical, fácil de entender e com letras para ouvir várias vezes…
E agora, em 3º, o 2º classificado: “21”, de Adele. Poderoso disco, de grande impacto comercial, acabando de vez com as comparações iniciais a Amy Winehouse. Som profundo, num piano pesado e sofredor.
A seguir, destaque para o segundo álbum dos tUnE-yArDs, “w h o ki l l”, banda e disco com nomes estilizados, que antecipam a intensidade e criatividade do projeto, misturando folk, funk, afro-pop e rock, apoiados na poderosa voz de Merrill Garbus. Gostei, mas tenho que ouvir mais.
No trabalho de St. Vincent, “Strange Mercy”, vem ao de cima toda a poética e criatividade de Annie Clark, onde com uma bela voz e uma melodia quase inocente, nos conta pesadas histórias de amor, dor e confusão.
(Continua…)
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