[Junho de 2007]
Na terça-feira passada (péssimo dia para se
trabalhar no seguinte), e inserido na programação das Sanjoaninas 2007,
decorreu o espectáculo musical com Sam the Kid, ou seja, Samuel Martins Torres
Santiago Mira: natural de Lisboa (1979), cresceu em Chelas, onde aos 14 se
identificou com a sonoridade e a atitude do hip-hop, tornando-se rapidamente
num conhecido MC (“Master of Cerimony” – mestre de cerimónia). Aos 17 anos, com
outros três MC's seus amigos, fundou os Official Nasty. Gravaram uma maqueta
caseira e enviaram-na para um programa de rádio, primeiro passo para um espectáculo
de estreia, no Liceu D. Dinis, em Chelas, ainda em 1996.
Os Official Nasty separam-se pouco depois,
mas para Samuel a opção estava tomada: a música era o seu caminho. E é como Sam
the Kid que começa a apresentar-se em numerosos palcos, produzindo e divulgando
ainda uma série de gravações caseiras. O primeiro disco surge em 1999: "Entre(tanto)",
uma edição de autor. É ainda uma produção artesanal, ou seja, as cópias são
produzidas em casa e vendidas na discoteca Godzilla.
Três anos depois surge o segundo álbum, "Sobre(tudo)",
a primeira edição comercial, uma vez mais gravada no seu estúdio caseiro. É já
um disco mais amadurecido e obtém uma afirmativa resposta do público,
originando motivação para a publicação de um CD instrumental a que chamou
"Beats Vol. 1 - Amor".
Além de dezenas de participações e
colaborações enquanto produtor, o último álbum foi lançado no fim de 2006: "Pratica(mente)".
Toda esta produção é ritmo & poesia, a essência e a razão de ser do rap.
O concerto foi repleto daquilo mesmo que Sam
representa, num universo urbano de uma grande metrópole, onde a individualidade
supera o espírito de grupo e a indiferença é o dia-a-dia.
Mas a música ajuda a viver, e quando ainda
por cima se consegue, entre uns “Tá-se
Bem” e “Yo Boy”, inserir pérolas
de pura emoção humana (por muitos referenciada como poesia…), como por exemplo:
“Como é possível quebrar um destino / se
eu tenho o meu e cada um tem o seu”. Estas linhas pertencem ao tema “19/12/95”, que aborda questões tão
fulcrais como o amor, a adolescência ou o aborto, e foi um dos momentos altos
da noite, permitindo inclusive a uma jovem terceirense (suponho!) subir ao
palco e acompanhar Sam ao longo de algumas canções.
O concerto acabou rapidamente, contrastando
com o intenso apoio ao longo do mesmo. O público dispersou velozmente, talvez
por ser dia de semana. A noite continuou com o DJ da banda: DJ Cruzfader.
Boa onda Sanjoaninas 2007!
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