terça-feira, 6 de outubro de 2020

Era só para falar dos TMBG...

Os ​They Might Be Giants (muitas vezes abreviados para TMBG) são um projeto musical de John Flansburgh e John Linnell, que ao longo dos anos ficaram conhecidos pelo seu estilo experimentalista e quase absurdo, recorrendo ao humor e ao exagero, como é disso exemplo os pouco convencionais instrumentos musicais que utilizavam.

Ao longo dos anos (formaram-se em 1982) obtiveram muito sucesso na cena do rock alternativo nos EUA, assim como nas rádios e roteiros universitários. Mas a sua criatividade e versatilidade, para mim, destaca-se pelo incrível sucesso que foram os seus três álbuns dedicados aos mais novos ("Here Come the ABCs", "Here Come the 123s", e "Here Comes Science"), tendo todos obtido o galardão de Disco de Ouro nos EUA (mais de 500 mil exemplares), que lhes levou a produzirem muito para televisão e cinema infantil.

Outro projeto de sucesso, nomeado inclusivamente para melhor partitura original nos Prémio Tony, foi "SpongeBob SquarePants: The Broadway Musical". Mas não se tornaram uma banda virada apenas para o público mais jovem, sendo mesmo considerados uma das referências das bandas DIY ("do it yourself"), imagem de marca da cena musical de Brooklyn nos anos 80. 

Neste percurso já lançaram 22 álbuns, tendo atingido a Platina com "Flood", ganho dois Grammy e vendido mais de 4 milhões de discos. Pessoalmente admiro muitos os dois primeiros discos:

They Might be Giants (1986)

Lincoln (1988)

Era só para falar dos TMBG...



quarta-feira, 30 de setembro de 2020

Linhas, Cores e Formas

Seria simples demais considerar Ellsworth Kelly incrível e seminal... A explorar. Pintura, escultura e gravura. 

https://ellsworthkelly.org/


Ellsworth Kelly - Meschers (1951)


Ellsworth Kelly - Barnes Totem (2011)

Ellsworth Kelly - Blue Breen Red (1963)


Ellsworth Kelly - White Curves (2001)

Ellsworth Kelly - Colors for a Large Wall (1951)


quarta-feira, 9 de setembro de 2020

 Lisa Congdon e Meg Mateo Ilasco - Art, Inc. (2014)

Curioso trabalho, num estilo de guia prático, na lógica das publicações de auto-ajuda, mas abordando algumas possibilidades de como um artista, ou artesão, pode originar algum rendimento, ou mesmo tornar-se auto-sustentável através da venda do seu trabalho ou serviço.

Conta com várias histórias e episódios de profissionais de referência e de várias áreas artísticas, com quem nos podemos identificar, mas também abordam muito a questão da motivação e confiança: "You don't have to starve to be an artist. Build a career doing what you love."

Se é que podemos fazer um resumo deste livro, acho que importa destacar 4 pontos:
1.- é fundamental ser autêntico!
2.- a melhor arte possui uma carga de autenticidade e traços do interior/ser do artista;
3.- a arte reflete a tua história e os eventos que te tornaram quem tu és;
4. - se copiamos alguém, não somos capazes de inovar.

Foi um exercício curioso.


quarta-feira, 11 de março de 2020

Urban Rural Pop Art Photo Design...

O incrível e seminal trabalho de Edward Ruscha.



 Edward Ruscha - 47 Large Trademark With Eight Spotlights, 1962

 Edward Ruscha - Daily Planet, 2003

 Edward Ruscha - Standard Station, 1966

 Edward Ruscha - Whiskey A-Go-Go (Sunset Strip Portfolio), 1995

Edward Ruscha - Hope, 1998

terça-feira, 14 de janeiro de 2020

Estreia de filme

A Associação Cultural Burra de Milho estreia no próximo dia 18 de Janeiro de 2020, pelas 18h00, na Recreio dos Artistas, o documentário "Esse Mundo Fora do Mundo", que conta com o apoio do Governo dos Açores e da Azores Airlines, assim como a parceria do Cineclube da Ilha Terceira.

Este filme teve origem num projeto de divulgação do cinema açoriano pelas comunidades emigradas (“Amostram´isse”) que decorreu entre 2013 e 2018, e mais especificamente pela passagem nessa região dos Estados Unidos, onde pudemos constatar toda a paixão e dedicação de algumas pessoas e entidades em relação a Portugal e aos Açores, às suas memórias, cultura e identidade.

Aborda a perspetiva de alguns elementos da comunidade emigrante portuguesa da Nova Inglaterra, maioritariamente açoriana, através de um discurso direto, onde se pretendeu captar um momento na vida e história deste grupo de pessoas.

terça-feira, 7 de janeiro de 2020

Pelo Tempo: "Que Música nos Deu 2011" (Janeiro de 2012)

(…) Assim, a haver um álbum do ano, só poderia ser “Let England Shake”, de PJ Harvey, sendo referenciado em quase todos as listas dos órgãos de comunicação social da área, e em alguns deles como número um. Polly Jean arrasou de novo, mostrando um coração enorme, sempre com uma atitude lutadora.
Estatisticamente, o álbum que apresento em 2º ficou realmente em 3º, mas gosto mais! Trata-se do disco homónimo dos Bon Iver, para mim o seu melhor trabalho até agora: angelical, fácil de entender e com letras para ouvir várias vezes…
E agora, em 3º, o 2º classificado: “21”, de Adele. Poderoso disco, de grande impacto comercial, acabando de vez com as comparações iniciais a Amy Winehouse. Som profundo, num piano pesado e sofredor.
A seguir, destaque para o segundo álbum dos tUnE-yArDs, “w h o ki l l”, banda e disco com nomes estilizados, que antecipam a intensidade e criatividade do projeto, misturando folk, funk, afro-pop e rock, apoiados na poderosa voz de Merrill Garbus. Gostei, mas tenho que ouvir mais.
No trabalho de St. Vincent, “Strange Mercy”, vem ao de cima toda a poética e criatividade de Annie Clark, onde com uma bela voz e uma melodia quase inocente, nos conta pesadas histórias de amor, dor e confusão.
Em sexto lugar, temos uma espécie de estreia, embora seja o segundo álbum, e ambos lançados pelos próprios: “House of Balloons”, dos The Weeknd. A vogal que parece faltar já tinha mexido comigo antes, instigando-me curiosidade. O seu som parece uma mistura antiga, com técnica futurista…Difícil parar de ouvir. Também tenho que explorar mais.
Por oposição a álbuns de estreia, seguem-se dois consagrados nomes: Jay-Z e Kanye West, que poucos meses depois de editarem magníficos trabalhos em nome individual (sendo o 2º, para mim, o disco do ano em 2010), juntaram-se em “Watch the Throne”, numa já habitual atmosfera de crítica social, política e económica. Parece feito “às três pancadas”, mas quando se juntam estes dois o resultado apenas pode ser fenomenal!
Em oitavo, nova presença norte-americana, com o aparentemente desatualizado som folk-rock dos Fleet Foxes, com o álbum “Helplessness”. Poderosa harmonia que consegue identificar esta banda com o som independente americano. A ouvir melhor.
A próxima referência, “Black Up”, do projeto Shabazz Palaces, encontra-se no submundo do hip-hop experimental, com fortes influências de jazz e eletrónica, mas editado por uma editora de bandas independentes… Só mesmo ouvindo e percebendo o que estou a descrever.
A acabar uma pseudo-lista de álbuns para 2011, fica a deliciosa referência ao trabalho “David Comes to Life”, dos revivalistas punk canadianos Fucked Up, apresentando-nos um disco duplo conceptual de 80 minutos, retratando a vida de um operário fabril chamado David numa verdadeira opera rock. Pesado e longo, mas marcante.
Resta-me referir, a título mais pessoal, os álbuns dos Destroyer (“Kaputt”), dos Wild Flag (“Wild Flag”) e de Kurt Ville (“Smoke Ring For My Halo”), e acima de tudo, o novo trabalho de Stephen Malkmus, sem o brilho dos magníficos Pavement que liderou nos anos 90, mas é sempre bom ver alguém que admiramos gravar novo álbum, e com a qualidade desejada, como é o caso deste “Mirror Traffic”.
Em jeito de conclusão, e em comparação com artigo do mesmo género que escrevi o ano passado, pode observar-se uma maior aproximação a um som mais mainstream, mais comercial, por parte da crítica musical. Pode também ser um sinal dos tempos, com anos mais experimentalistas do que outros. (...)

PS. Todos os anos me divertia imenso a fazer estas listas, mas cada vez me encontro mais assoberbado com os inúmeros novos projetos que saem, revisitações a clássicos pouco explorados e descobertas constantes à base de muitos amigos musicais… “No more” listas.

quinta-feira, 22 de agosto de 2019

GusGus - o efeito eletrónico

GusGus - Polydistortion (1997)

Este é o segundo álbum do coletivo islandês GusGus, o primeiro editado pela prestigiada editora 4AD.

Este inovador som eletrónico acabou por atingir os 150 mil exemplares vendidos em todo o mundo, número interessante e exemplificativo do impacto que o disco teve pela sua novidade e frescura, num misto de techno e house, mas sob um registo de base no trip hop, bastante eclético.

Com um verdadeiro espírito de coletivo, inicialmente também com pretensões cinematográficas, acabaram por se dedicarem por exclusivo à música.

Já gravaram 10 álbuns, e contaram com a participação de mais de duas dezenas de elementos, embora desde o início os mentores têm sido Birgir Þórarinsson e Daníel Ágúst Haraldsson. 

Obrigatório numa discografia eletrónica.



quarta-feira, 29 de maio de 2019

História Com Contexto


Yuval Noah Harari - Sapiens: uma Breve História da Humanidade (2011)

"O Homo Sapiens domina o mundo porque é o único animal que consegue acreditar em coisas que apenas existem na sua imaginação, como deuses, estados, dinheiro e direitos humanos."

Brutal, verdade, já se sabe - mas neste livro do magnífico (e viral) Yuval Noah Harari, essa visão está tão bem contextualizada, numa lógica da macro-história, que de facto parece ser a única possibilidade académica de abordar a história do mundo hoje em dia...

Fundamental.


PS. a ler o segundo da trilogia...