Argonauts of the Western Pacific (Argonautas do Pacífico Ocidental) (1922)
Podem ser já detalhes do saudosismo da idade, mas existem obras que de facto nos marcam enquanto estudantes universitários - e este é outro exemplo disso, que ainda hoje me marca profundamente, na lógica de pensar e estudar o pensamento e comportamento humano.
Argonautas do Pacífico Ocidental é uma peça fundamental do trabalho do antropólogo Bronislaw Malinowski, publicado no início do século (1922), rompendo com várias questões, estabelecendo a etnografia e o uso etnográfico da fotografia.
Aborda a própria investigação no terreno que o autor realiza, entre 1914 e 1918, nas Ilhas Trobriand (Papua-Nova Guiné, junto à Indonésia e Austrália), inaugurando-se assim a etnografia enquanto trabalho de campo.
O tema do livro é sobre um sistema de trocas existente na ilha, místico e sem noção de posse permanente, e que influencia a vida e as instituições de todos os habitantes.
Paralelamente ficam definidos os três pilares para a realização de um trabalho de campo etnográfico: a lógica; as condições de trabalho; e o dever de possuir métodos especiais e específicos de trabalho.
A ideia consistia que a melhor pesquisa é aquela efectuada com o envolvimento do investigador com o "nativo", com o objeto de estudo, participando ao vivo no que está a abordar - pode parecer óbvio hoje, mas no início do século quebrou com algumas barreiras...
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